Entrevista Exclusiva Com Jéssica Balbino

 Beatblack - Você Sendo Mulher, Existe Algum Preconceito ?

 

Jéssica Balbino - Sempre existe. Na verdade, eu não canto rap, mas por somar no elemento conhecimento e estar sempre envolvida, muitas vezes, acabo sendo a única mulher numa turma grande de homens e é preciso ter muita estrutura para saber como me comportar e impor respeito. 

A sociedade, como um todo, não está preparada para ver a mulher em ascensão e muitos acham estranho que eu esteja ligada e envolvida com hip-hop a tanto tempo. O preconceito rola diariamente, mas, faço parte do Hip-Hop Mulher, que luta para combater isso e fortalecer a cena feminina no hip-hop e no contexto geral do mundo

 

Beatblack - Muitas Pessoas Considerão O Movimento Hip Hop, Uma Apologia ao Crime, Oque Você Tem a Dizer para essas pessoas ?

 

Jéssica Balbino - É lamentável constatar, diariamente, que esse tipo de preconceito e desinformação existem. O hip-hop é a cultura das ruas que exerce maior influência no mundo há 30 anos. Recheado de manifestações artísticas, entre elas o conhecimento, é um movimento que trabalha diretamente no fortalecimento da periferia, justamente onde o poder público não costuma chegar e por isso, é tão criticado pelos verdade

verdadeiros criminosos, que são os engravatados de caneta nas mãos, que fazem nossas leis. Para o "poder" não é interessante que o povo saiba das mazelas que vive e por isso a tentativa de sujar o hip-hop é tão intensificada. Os poderosos não querem uma periferia informada. Mas, nunca antes ocorreram tantas manifestações culturais como hoje e quer queiram, quer não, as quebradas estão se 

informando e se unindo e daqui para frente, não imagino o que vai acontecer, só sei que estou do lado do hip-hop até o fim